sábado, 24 de outubro de 2009

"Meias-verdades" - Capítulo 3: O Único Suspeito


- Jorge? Eu ia te ligar agora. Estou desesperada... A Alice! Por que ela? Quem poderia ter feito tal coisa? – A voz de uma mulher chorosa e aguda invadiu o seu ouvido.

- Lúcia, ela era sua melhor amiga. Sei que deve estar sofrendo tanto quanto eu, mas no momento precisamos pensar... Você sabe de alguém que pode ter feito isso?

- Não faço a mínima idéia! Alice era tão amada! Nunca a vi brigar com ninguém em todos esses anos.

O homem engoliu em seco, tinha que fazer essa pergunta, mesmo que se sentisse traindo a memória da esposa.

- Ela... Ela tinha algum caso? – perguntou Jorge sem acreditar que estava duvidando da mulher de sua vida. Em nenhum momento de seu relacionamento ele tinha desconfiado disso, agora não seria diferente.

- Claro que não, homem! Alice seria incapaz de te trair... Te amava tanto!

Ele fechou os olhos e respirou fundo. Lágrimas brotaram por trás de suas pálpebras e um sentimento de dor intenso, que jamais havia sentido, apertou-lhe o peito. Ele também a amava... E muito! Desde o primeiro momento que a viu. Linda! Os cabelos muito pretos batendo no rosto branco e sardento, os olhos escuros em que sempre gostava de cair e demorar para retornar, brilhando, junto com um sorriso de dentes muito brancos, enorme e espontâneo. Ali ele soube que ela havia nascido para ser sua e após trocar poucas palavras com a moça, já queria casar com ela... Sua Alice. Ele nunca iria esquecê-la!

- Isso reduz a nossa lista. Só se...

- Se o que, Jorge? – Um longo silêncio invadiu a linha. - Você está pensando... Nele?

- É uma possibilidade. Não sei para onde correr.

- Estou indo até aí, onde você está?

- No hotel da praça, o branco. Quarto 305.

- Ok, estou saindo de casa.

Foram dez minutos em que Jorge pensou, relembrou, refez toda a vida da mulher. Os amigos de infância, os amigos recentes, os colegas de trabalho,... Nada, além dele, lhe vinha à mente!

Ouviu a batida na porta e a escancarou, já depositando toda a sua angústia na figura pálida e abatida parada a sua frente.

- Não consigo achar outra alternativa, Luci. Só pode ter sido ele.

- Eu também pensei bastante, mas não acho que ele teria coragem...

- Como não? A odiava profundamente!

- E odiou mais ainda quando ela casou com você! Acho que teria mais sentido se ele TE matasse... Por que ela?

- Não sei... Não sei de nada... – Jorge estava desesperado! Toda a situação finalmente estava fazendo efeito. A ficha estava caindo. O homem chorou, chorou como nunca havia feito em toda sua vida. E Lúcia, ao seu lado, pouca coisa conseguia fazer. Chorava junto, enquanto tentava acalmar o amigo.

- A gente vai descobrir, Jorge. A gente vai conseguir se vingar da criatura que fez isso com nossa Alice.

- Se eu pego, mato fazendo-o sofrer, assim como fez com ela. Esse desgraçado do Fausto!

- Mas você não tem certeza que foi o Fausto!

- É a única pessoa que poderia ter feito isso! A única!

- Mas... Você acha mesmo que... Acha mesmo que... O pai dela faria isso?

3 Dizem por aí...:

Ísis Alves on 24 de outubro de 2009 às 21:08 disse...

Amei o fato do Fausto ser o Pai! De verdade...
Tipo, eu fui lendo a hstória e achei que o Fausto seria o tipo do cara que quando se apaixona por uma mulher acha que ela não deve ficar com ele e mais ninguém e que faria de tudo para ficar com ela inclusive matar (leia-se psicopata)...Muito bom Fê.

Pedro Henrique Castro disse...

Fernanda escondendo seu talento, reclamando que não era boa em narrativa... Beautifull liar! Hahaha

Fernanda Azevedo on 24 de outubro de 2009 às 21:59 disse...

Hahahahahaha! Obrigadaaaa! Que bom que gostaram! :D

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